Ao alcance de todos os meus sentidos.
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terça-feira, 29 de março de 2011
domingo, 27 de março de 2011
Medo de Amar
Preciso despir-me da couraça, da cara feliz, do ser auto-suficiente, para poder viver um grande amor. Amar é complicado, deixa a gente boba, realmente cega, os defeitos do outro passam a serem traços de personalidade, mas o amor é lindo... Estar apaixonada é que é bom,não sei se é preciso estar junto, mas precisa-se sentir o outro.Saber que alguém pensa em ti,é que é bom. Até agora sou eu e o depois assusta. Assusta porque a liberdade de ser, estar com quem e onde queira, é maravilhosa. Quando se ama se quer ficar junto com o amado e ficar só é ficar infeliz. Eu me amo, me basto, mas às vezes cansa, esgota.Como já pensei, se vendessem beijos aos quilos, poderiam ser muito caros, mas compraria todos os dias um quilo.Não seriam quaisquer beijos, seriam beijos macios, cheirosos, com gosto de fruta e de flor, estes que a gente vicia,quando vê um filme, escuta uma música, senta na praia.
Não quero trair a mim mesma, quero continuar comigo mesma, e o amor se vier, virá sem fazer barulho, como um gato, enrolando-se no meu corpo, de um modo bem macio.
Não foi necessário dar a receita, bastou desabafar.
Não foi necessário dar a receita, bastou desabafar.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Anjos
Com a expressão de dor, cabelos em desalinho, sobrancelhas grossas e sem cor, queixou-se de dor nas costas. O dorso imitava dunas de um deserto árido, seus olhos eram de profunda bondade, espelhavam a dor tão docilmente oculta. Falou-me das perdas, tão semelhantes as minhas, mas falou-me da inversão tão em desacordo, de perder um filho. Isto sai fora do controle, isto não é de gente nem de animal, deve ser de um ser ainda desconhecido.E, numa expressão de espanto me disse:
- Eu achava que os anjos subiam cheios de luz, mas descobri que os anjos também sofrem quando partem.
Só pude chorar devagarinho.
- Eu achava que os anjos subiam cheios de luz, mas descobri que os anjos também sofrem quando partem.
Só pude chorar devagarinho.
quarta-feira, 23 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito...”
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.
Pablo Neruda
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“Paralelos que se encontram no infinito...”
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Desamor
Com ar de cansaço, com a ansiedade estampada em seu rosto, queixou-se de falta de ar. Mas seus olhos ,por vezes cheios de lágrima mostravam a dor física do desamor, da falta de estima para consigo mesma.
Dizia só ter amor, por todos, menos por si mesma. E eu não entendia como não podia se amar?Tanto amor...
Aos dois anos de idade, seus pais separaram-se, e por escolha foi excluída. Ficaria com seu pai, longe de seus irmãos, que a mãe escolhera para morarem com ela. Mesmo com tão pouca bagagem, ela não entendia, e procurava respostas, porque ficara separada de sua mãe?
Mas ela continuava a amar a todos, precisava amar.
Seu pai com o segundo matrimonio teria mais quatro filhos, e todos eram os preferidos. E, novamente, o rechaço. Como enfrentar tudo novamente?Amando a todos.
Aos doze anos voltou a morar com sua mãe, por escolha de se sua madrasta, mais uma vez o amor falou mais alto: “Eu fazia tudo para agradá-la, eu precisava provar que eu a amava,que ela fizera a escolha certa.”
Procurava provas de seu desvalor para sentir que não merecia ser amada, e isto justificaria tudo e ela poderia amar.
Quantas vezes procurou uma resposta, que até agora não teve?
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