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sábado, 17 de setembro de 2011

Futuros Amantes - Chico Buarque



E, quando eu for, o que farão com as cartas, as fotos, os desabafos que guardei comigo, e só comigo? Invadirão a minha alma, os meus segredos, e nada saberão da tal veracidade, da intensidade que representam para mim. São muitos anos vividos na imensidão dos meus sentimentos, perdida em sonhos que não se realizaram e que numa invasão de privacidade, que realmente não terá mais razão de ser, serão jogados numa lata de lixo, ou guardados numa caixa, que não abrirão mais, dentro de um armário, ocupando um espaço.
E, num determinado dia, talvez, queimem os meus sonhos, os meus desafabos, porque a ninguém mais pertencerão.

Aproveitando a dica da minha amiga Dorotéa K.Motta.

3 comentários:

dorkre disse...

Lindo o texto, Sylvia. Chico faz pensar para onde vão, e o que será feito desses sonhos de amor irrealzados. Acho que boa parte da genialidade da mûsica vem da constatação de que esses amores não foram em vão, que ficam de alguma maneira inspirando outros amantes.

Anônimo disse...

É um assunto muito interessante, todo mundo já deve ter pensado pelo menos uma vez sobre as suas coisas.Eu como já tive que arrumar pertences de outra pessoa, limpo o meu computador sempre. Mas tb perdi muitas coisas importantes quando o meu quarto foi tomado pela água. Agora mantenho só o que não é importante, que não é particular. É estranho eu sei, mas não gosto de ter no papel coisas particulares.Sei lá....tenho que pensar melhor sobre isso. Parabéns pelo teu texto. bjs

Odessa Valadares disse...

Por minha vez, tenho meus papéis privados, a maioria no computador. Sempre me pergunto o que fazer com isso. Tenho ideia pra onde quase tudo que possuo (e é quase nada), mas preciso manter meus escritos por enquanto. Se não permito que ninguém os leia enquanto estou viva, como será quando eu me for?