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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quem pode, pode

Ela vive nas ruas, com seus sapatos de sola grossa, com a saia curta, deixando mostrar as suas pernas negras. Seu cabelo desalinhado, tem cachos que balançam e emolduram um rosto que apesar das noites mal dormidas, mostra uma Ritinha, quase pueril, quase cativante, com uma feminilidade, quase impossível de existir,mas que ela tem.
Tem amigos, todos moradores de rua, eles mudam no dia a dia, mas ela até chora quando um adoece. Senta entre eles com as pernas cruzadas como se fosse uma dama.
Como pode gostar de alguém, quem não se ama? Mas coração não precisa de casa, pode gostar de andar na rua, pode até passar fome, mas pode amar.
Ela está ali na esquina todos os dias e hoje quando perguntei onde havia dormido, respondeu:
- Eu sempre encontro uma cama para dormir.

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