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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Dia de preguiça

Hoje foi o dia da preguiça.Bem justificado este nome, porque foi uma semana pesada.Pesada para a cabeça. Esta semana fui chamada para ver dois corpos, mortos em completa solidão.
Foram achados, deitados em suas camas.O primeiro,devia ter falecido há mais ou menos 24 horas,em uma casa abandonada, sem portas ou janelas.Ao seu lado, sacolas plásticas com roupas,sem lenço nem documento.As moscas já tentavam entrar em seu corpo que agora servia de alimento.
O segundo já em estado avançado de decomposição era impossivel examinar sem oxigenio.De branco ficou negro, de magro ficou gordo.Os vizinhos de porta abandonaram suas casas pelo cheiro insuportável que exalava o corpo.Novamente as moscas, agora em bandos pareciam sugar sua face, sua boca.
Enquanto isto eu pensava, eles não eram amigos nem parentes, mas tiveram um final semelhante. Tiveram pais, irmãos, brincaram como todas as crianças, foram amados um dia. Será que nunca passaram lado a lado,beberam no mesmo bar,nunca se viram olho no olho?
Talvez sim, talvez não, mas a morte os encontrou quando dormiam,traiçoeira não os deixou nem verem pela última vez quem amaram, nem aqueles que sentirão saudade.

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