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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Vou mudar aquela "folhinha” grudada na geladeira, o ano está acabando. Faço planos, faço uma lista de mil propósitos como se o ano fosse o responsável pelas mudanças. Desejo mais paz, saúde para quem amo, para a humanidade, para mim. Mas vejo que a mudança tem que acontecer em mim. Sou a responsável, a única responsável pelas minhas mudanças. Somos responsáveis únicos por nossas vidas e não o trocar de folhinha, nem os fogos que pintam o céu, a meia noite. O que permanece, aqui está porque assim o permito, o que virá eu permitirei. Isto me assusta, me deixa mais livre, e este livre arbítrio é maravilhoso. Esta liberdade teve um preço, muitas vezes muito alto, mas valeu. Vou caminhar pelas ruas que preferir, vou dobrar as esquinas que eu quiser, vou ouvir músicas e as pessoas que eu escolher, vou ver a minha praia, vou dormir quando tiver sono, comer quando tiver fome. Vou seguir este biorritmo, o meu relógio. Vou me achar mais e me amar mais. Pelo jeito já estou em 2011 e estou feliz comigo.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Diante da constituição de 1988, estamos constrangidos, envergonhados, por atravessar a rua diante desta população de rua, desta sociedade formada pela fome, pela sede, pelo vicio, pelo abandono de seus parentes, pela insanidade mental muitas vezes gerada em defesa do seu próprio eu, pelo não cumprimento dos nossos deveres.
Sociedade que nasceu da igualdade do mau cheiro do seu próprio corpo, das doenças não tratadas, dos parasitas que alimentam. Sociedade que busca alimentação em meio ao lixo, da sociedade alheia.
Alheia, porque teve direito a educação, a saúde, a alimentação, ao trabalho, a moradia, ao lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância.
É muito difícil, sim, conviver com a vergonha da nossa omissão. Fazer saúde sentindo o cheiro dos seus corpos, das suas fezes, vendo as moscas pousarem de lá para cá, é constrangedor, é ameaçador.
Convivemos com o medo dos traficantes, que se aproveitam, com o medo de sermos assaltados. Sim, porque o vicio as drogas, ao álcool, gera “fissura” que gera a violência. Podemos ser as vitimas das vitimas.
Não estamos pedindo que “tirem” os moradores da nossa rua e que os deixem em outro lugar, no mesmo desamparo, no mesmo abandono, sem os seus direitos a cidadania. Não queremos deixar de ver a omissão da qual somos também responsáveis, queremos que esta sociedade de rua, gerada na miséria, seja educada, tenha saúde, tenha alimento, tenha trabalho, tenha casa, tenha lazer, tenha segurança.
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